sábado, 1 de outubro de 2011

Jeff Koons: 'Michael Jackson foi a minha Pietá'

"Michael Jackson e Bubbles" de Jeff Koons no Museu de Arte Contemporânea, Los Angeles

Ele não faz parte de um reality show, mas é uma celebridade. Aos 56 anos, o americano Jeff Koons é um ícone da arte contemporânea e ostenta um dos maiores faturamentos da área. Uma de suas obras, parte da série Celebration, foi vendida em 2008 a 26 milhões de dólares. Apesar do bom desempenho comercial, Koons rejeita a ideia de ser um novo Salvador Dalí e defende que a arte deve educar as pessoas. Em São Paulo para prestigiar a abertura da exposição Em Nome dos Artistas, em comemoração dos 60 anos da Bienal, o artista falou ao site de VEJA sobre o que acredita ser a sua função, sobre sua relação com celebridades como Michael Jackson, que transformou em escultura. Abaixo, continuação da entrevista de Jeff Koons:


Sobre a escultura de Michael Jackson: ele posou para você?
Não, me foram enviadas muitas fotos de seu acervo pessoal e, algum tempo depois, recebi uma ligação de seu escritório dizendo que ele queria ver como estava o trabalho -- ele não sabia que a escultura estava sendo produzida na Europa. Nesse mesmo dia, ele cancelou a visita devido a uma dor de garganta. Eu tentei encontrá-lo outras três vezes, depois desisti.


Por que escolheu Michael Jackson para retratar numa escultura?
Em 1988, quando finalizei a escultura, Michael Jackson estava no auge da carreira. Quis fazer referência a algo como a Pietá de Michelangelo. A escultura de Michael Jackson, inclusive, tem o mesmo formato triangular da Pietá.


Você quis dizer, então, que Michael Jackson é visto como um deus em nossa sociedade?
Como uma figura espiritual. Eu queria retratar algo que fizesse as pessoas se sentirem seguras consigo mesmas, que as ajudasse a superar seus medos. A escultura de Michael Jackson representa a cultura de adulação dos ídolos pop em nossa sociedade.

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